DICA DE LIVRO: CRIANÇAS FRANCESAS NÃO FAZEM MANHA
As mulheres francesas não engordam, sabem seduzir um homem... e criam os
filhos mais bem-educados do planeta, segundo a jornalista americana
Pamela Druckerman. Ela revela num best-seller o segredo do jeito francês
de educar.
Vivendo durante dez anos em Paris com o marido britânico e três filhos
pequenos (a menina e um casal de gêmeos), Pamela ficou abismada com a educação das crianças francesas.
Ex-repórter do The Wall Street Journal, ela resolveu investigar
as origens desse comportamento civilizado, que está na forma como as
mães francesas criam os filhos. O segredo? Não vivem em função deles nem
tratam as crianças como pequenos reis. Elas não toleram birras, não
negociam nem passam o fim de semana acompanhando os pequenos em
parquinhos ou festas infantis. Em resumo, educam, mas conseguem manter a
vida adulta sem transformar seu mundo num playground. Segundo a autora, o modo francês de educar os filhos revela que "é preciso preservar o direito dos pais". "As mães francesas não se abalam com
culpas, não deixam de viver sua vida social e nem se preocupam em criar
brincadeiras mirabolantes (e educativas) para seus filhos. Elas
permitem que as crianças sejam simplesmente… crianças". Em poucos meses, a obra se tornou um best-seller mundial e reascendeu a discussão sobre o tema.
E, afinal, as francesas estão corretas? Antes da resposta, uma breve
revisão histórica. “Até os anos 60, criar os filhos não envolvia se
preocupar com as emoções deles”, destaca Tania Zagury, filósofa e educadora. “Crianças deviam
respeitar seus pais e era esperado que elas estudassem, fossem bem
educadas e se preparassem para o mercado de trabalho”. Nos anos 60, como
todos sabem, uma revolução aconteceu. E os jovens libertários desse
período se recusaram a criar seus filhos como foram criados.
Paralelamente, a popularização da psicanálise trouxe à tona teorias
sobre educação que falavam sobreos traumas infantis. E, então, os pais
começaram a ficar com medo de dizer “não” e gerar traumas para toda a
vida. A emancipação feminina também colaborou. Trabalhando fora, as mães
passaram a temer negar os desejos de seus filhotes após jornadas
inteiras fora de casa. Trinta anos de estragos depois, gerando crianças
birrentas e adolescentes que pensam mandar no mundo, há quem questione
se o método antigo, com direito a palmadas que hoje geram até processos
judiciais, não seria uma boa estratégia.
“Nem 8 nem 80”, diz Tânia. “A mudança não precisava ter sido tão radical.” A escritora, que tem entre seus sucessos Limites sem traumas e Filhos: manual de instruções,
acredita que a liberdade que os pais dão aos filhos excedem os limites.
“Minha luta como educadora é mostrar que dar liberdade é bom, mas ela
não pode ser total”. O primeiro passo é justamente aprender a dizer não,
ainda que gere aquele chororô de cortar o coração. Pais muitos
permissivos geram adultos sem gana de conquistas. “Essas pessoas, quando
adultas, não vão saber administrar uma resposta negativa.”
Para a educadora, as francesas têm muito a ensinar ao mundo. “Elas
são a prova de que quando uma mãe educa, a criança é educada.” Simples
assim? Não. Nas palavras da especialista, educar é bem difícil. “É
cansativo, é repetitivo e é coisa de longo prazo”, lembra. Mas que as
francesas fazem tudo parecer mais fácil, ah, isso fazem.
Fonte: revista Herbarium
Um comentário:
Boa ana, que isso sirva de exemplo para pais que deixam seus filhos serem verdadeiros reizinhos.
beijos, Karla
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