quarta-feira, 6 de março de 2013

DICA DE LIVRO: CRIANÇAS FRANCESAS NÃO FAZEM MANHA

As mulheres francesas não engordam, sabem seduzir um homem... e criam os filhos mais bem-educados do planeta, segundo a jornalista americana Pamela Druckerman. Ela revela num best-seller o segredo do jeito francês de educar.

Vivendo durante dez anos em Paris com o marido britânico e três filhos pequenos (a menina e um casal de gêmeos), Pamela ficou abismada com a educação das crianças francesas. Ex-repórter do The Wall Street Journal, ela resolveu investigar as origens desse comportamento civilizado, que está na forma como as mães francesas criam os filhos. O segredo? Não vivem em função deles nem tratam as crianças como pequenos reis. Elas não toleram birras, não negociam nem passam o fim de semana acompanhando os pequenos em parquinhos ou festas infantis. Em resumo, educam, mas conseguem manter a vida adulta sem transformar seu mundo num playground. Segundo a autora, o modo francês de educar os filhos revela que "é preciso preservar o direito dos pais". "As mães francesas não se abalam com culpas, não deixam de viver sua vida social e nem se preocupam em criar brincadeiras mirabolantes (e educativas) para seus filhos. Elas permitem que as crianças sejam simplesmente… crianças". Em poucos meses, a obra se tornou um best-seller mundial e reascendeu a discussão sobre o tema.
 
E, afinal, as francesas estão corretas? Antes da resposta, uma breve revisão histórica. “Até os anos 60, criar os filhos não envolvia se preocupar com as emoções deles”, destaca Tania Zagury, filósofa e educadora. “Crianças deviam respeitar seus pais e era esperado que elas estudassem, fossem bem educadas e se preparassem para o mercado de trabalho”. Nos anos 60, como todos sabem, uma revolução aconteceu. E os jovens libertários desse período se recusaram a criar seus filhos como foram criados.
Paralelamente, a popularização da psicanálise trouxe à tona teorias sobre educação que falavam sobreos traumas infantis. E, então, os pais começaram a ficar com medo de dizer “não” e gerar traumas para toda a vida. A emancipação feminina também colaborou. Trabalhando fora, as mães passaram a temer negar os desejos de seus filhotes após jornadas inteiras fora de casa. Trinta anos de estragos depois, gerando crianças birrentas e adolescentes que pensam mandar no mundo, há quem questione se o método antigo, com direito a palmadas que hoje geram até processos judiciais, não seria uma boa estratégia.
“Nem 8 nem 80”, diz Tânia. “A mudança não precisava ter sido tão radical.” A escritora, que tem entre seus sucessos Limites sem traumas e Filhos: manual de instruções, acredita que a liberdade que os pais dão aos filhos excedem os limites. “Minha luta como educadora é mostrar que dar liberdade é bom, mas ela não pode ser total”. O primeiro passo é justamente aprender a dizer não, ainda que gere aquele chororô de cortar o coração. Pais muitos permissivos geram adultos sem gana de conquistas. “Essas pessoas, quando adultas, não vão saber administrar uma resposta negativa.”
Para a educadora, as francesas têm muito a ensinar ao mundo. “Elas são a prova de que quando uma mãe educa, a criança é educada.” Simples assim? Não. Nas palavras da especialista, educar é bem difícil. “É cansativo, é repetitivo e é coisa de longo prazo”, lembra. Mas que as francesas fazem tudo parecer mais fácil, ah, isso fazem.
Fonte: revista Herbarium

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa ana, que isso sirva de exemplo para pais que deixam seus filhos serem verdadeiros reizinhos.
beijos, Karla